Há dias que é simplesmente assim...
...simplesmente o dia é feito de tédio...
Simplesmente escrevo com palavras simples...
Caminho por a rua agora deserta...repleta de memórias...
E cada vez mais se denota este vazio aqui dentro no peito...
10 dias só...e mais se seguem...não sei até quando o meu corpo irá aguentar isto...
...a alma...essa...já foi...
Conseguem sentir a mão a torcer o peito por dentro?
...quantos de nós não sentiram já esta sensação...
...a sensação de ter o peito dilacerado...
Hoje apetecia-me ser criança...para voltar a sonhar e a brincar...
Mas continuo a largar sangue... mas continuo a morrer... mas continuo mo
Com o gume espetado até ao interior do meu coração... com a praga a queimar-me a pele... com uma dentada na minha mente...
Os corpos nus...a mão que convida o peito... a mão que sobe lentamente a perna...
Os lábios que se cumprimentam envolvendo a essência o sentido...
A harmonia dos corpos que dançam... e que com o coração formam uma sintonia completa... o azul que se crava no pescoço...
Lateja...lateja...até que os cabelos se unifiquem num nó...num só...
Até que a pele se canse em suor...
Não conseguem entender pois não...
O que está á vista não é tudo...
O que está á vista não é nada...
O vazio sente-se cá dentro... e não fora...
- Gostaria de ter vivido aquilo que viveste.
- Não digas isso...
- Digo pois... tu vives as coisas intensamente, com muito sentimento, passaste bons tempos.
- Passei, dizes bem... passei... não trocaria por nada o que vivi, mas trocaria esta dor por qualquer coisa...
- Va lá, agora sou eu que digo... "Não digas isso"... tu dás gargalhadas, tu dizes piadas, tu cumprimentas as pessoas com um sorriso...
- Acreditas nisso? Acreditas que faço isso tudo e que o estou a fazer por dentro? Tu não ves nada... no final do dia...quando pouso a cabeça sobre a almofada, aí sim... aí vem uma dor tão vasta que tu nem imaginas...
- Acorda! Vá lá, Levanta-te...
- Não me apetece...
- Veste isso... vais ficar assim?
- Deixa-me só mais um bocado... deixa-me ficar aqui a recordar... ela vestia-se... quando levanta a cabeça e diz "ah, já tás acordado", ele, com uma junção de preguiça com amor, com a cabeça na almofada continuava de olhos postos nela e no silêncio respondeu com o olhar "Adoro observar-te, adoro ver-te a vestir, adoro ver-te a respirar, adoro ver o palpitar dos cabelos molhados sobre as tuas costas...", ela não ouviu... olhava para baixo enquanto vestia as calças...
- Porque falas tu disso?
- É do que posso falar...
- Do que podes?
- Sim... consegues p